domingo, 2 de janeiro de 2011

Ar - Minha Terça Parte - 1

Os dualismos que existem me irritam profundamente.

Talvez porque eu seja assim.

Temer que alguém venha e ocupe um lugar, moldado para a perfeição ilusória de quem não virá - pois só existe na minha imaginação.

Por acreditar que é melhor que alguém vá embora e tente ser feliz do que pedir pra que fique e reconheça o quanto se tornou importante pra mim.

Acreditar, assim, que todos devem buscar seu lugar ao sol, embora eu escolha permanecer na sombra.

Saber que talvez pensasse diferente - o exato oposto, quiçá - se arriscasse o vôo.

É Ícaro, tu foste amaldiçoado com a possibilidade de voar tão alto quanto teus sonhos permitiam - essa escolha não foste tua, fizeste apenas o que outros não ousariam tentar.

Ao fim - todos temos asas de cera - só não sabemos a qual altura elas irão derreter.

Medo esse que me limita, me arrasa, devasta - mas cria e clareia. Maldita benção. Absurdo paradoxo - diametralmente oposto.

Cada escolha, um compromisso. Responsabilidade. Que assumi com meu livre-arbítrio.

Quisera eu que soubessem o quanto dói vê-los partir,
Mas que soubessem também como fico feliz em vê-los alçar vôo.

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