quinta-feira, 31 de julho de 2014

Invasão

Bom, eu sei que invasão é coisa do passado, coisa de orkut ainda, mas diante da última postagem ainda lá no início de 2011, passados 3 anos já e a nossa vida continua juntas, resolvi vir aqui escrever algo pra ver das qualé de blog.

Pois é, passaram-se exatos 3 anos, 6 meses, 1 dia e algumas horas de um pedido de namoro onde : "Tu tem piscina atrás de casa?!"

Diversos momentos de turbulência, coisas boas, ruins, mas o mais importante de tudo, continuamos firme e forte que nem prego na polenta ou poste no banhado...

Quem sabe tu nem goste disso, mas quero colocar meus sentimentos aqui pra ti.

Vi um artigo que me chamou bastante atenção ao lembrar da nossa vida juntos.

Acorda. Abre esses olhos mais lindos que os meus já cruzaram. Me dá um beijo, que o dia, quando começa assim, é mais gostoso. O despertador enche o saco, eu sei. Mas a gente dá um “soneca” e fica tudo em paz. Pelo menos por mais dez minutos. Que viram vinte, trinta, quarenta, uma conchinha malfeita, as primeiras roupas que o armário cospe, uma cara lavada e uma jornada de trabalho estendida até as sete e meia da noite, que é pra compensar o atraso matinal. Que quando é por causa da nossa preguiça ou da nossa luxúria, deus perdoa. E nem precisa rezar três ave-marias e um pai-nosso. Porque deus que é deus sabe que querer ficar mais uns minutos de conchinha não é pecado." 

Site: entenda os homens postado justamente no nosso dia 30/07 por Bruna Gotti.


Pode ser somente uma simples imagem, mas é uma imagem de um céu de algodão, daqueles que a gente fica olhando pra ele e sonhando, do qual tu viu essa foto e disse "teus momentos de tédio são bem inspiradores!"


Um céu que permite sonhar, permite lembrar de todos os momentos juntos, um céu que nos abençoa a cada beijo e a cada olhar nosso, a cada pensamento de saudade quando estamos longe, e o mais importante, a cada luar que passamos juntos.

É, gostei de escrever em blog, mas gostaria de terminar isso dizendo que o amor que existe dentro do nosso coração, mantém a chama sempre acesa e ilumina sempre a cada escuridão que pode existir dentro de um pensamento escuro que me causa medo.

E pra fechar: 

Encontrei em teus olhos
O amor que eu sonhei
Mergulhei
Foi então que por você me apaixonei!

Reação em cadeia - 7 luas!

Te amo, e é pra toda eternidade, por 7 luas, por 7 chuvas, por 7 sonecas, por 7 anjos a proteger, por 7 anos a percorrer...

E até chegarmos no 8, que adormece no nosso amor, chegando ao infinito de nossa aliança em meio aos nossos nomes.!

Da tua Noivorada: Vivs

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ar - Minha Terça Parte - 1

Os dualismos que existem me irritam profundamente.

Talvez porque eu seja assim.

Temer que alguém venha e ocupe um lugar, moldado para a perfeição ilusória de quem não virá - pois só existe na minha imaginação.

Por acreditar que é melhor que alguém vá embora e tente ser feliz do que pedir pra que fique e reconheça o quanto se tornou importante pra mim.

Acreditar, assim, que todos devem buscar seu lugar ao sol, embora eu escolha permanecer na sombra.

Saber que talvez pensasse diferente - o exato oposto, quiçá - se arriscasse o vôo.

É Ícaro, tu foste amaldiçoado com a possibilidade de voar tão alto quanto teus sonhos permitiam - essa escolha não foste tua, fizeste apenas o que outros não ousariam tentar.

Ao fim - todos temos asas de cera - só não sabemos a qual altura elas irão derreter.

Medo esse que me limita, me arrasa, devasta - mas cria e clareia. Maldita benção. Absurdo paradoxo - diametralmente oposto.

Cada escolha, um compromisso. Responsabilidade. Que assumi com meu livre-arbítrio.

Quisera eu que soubessem o quanto dói vê-los partir,
Mas que soubessem também como fico feliz em vê-los alçar vôo.

Terra - Minha Terça Parte - 2

Minha amargura reside justamente no papel que adoto - que escolho:
Não quero pra ninguém o que carrego em mim e, como não sei o que fazer com isso, continuo guardando. Talvez seja puro egoísmo pensar que somente eu posso carregar o fardo e a dor de portar-me como algum guia, um orientador que fala sobre as maravilhas de buscar realizações no "mundo lá fora", ao passo em que me sinto "fechado em meu mundinho" - vendo tudo por uma janela empoeirada, suja, opaca.

Por vezes é sofrido se importar - em outras dá asco. Em ocasiões visto meu manto de Atlas e abraço o mundo. No minuto seguinte, torno-me Hades e ateio fogo à minha alma por ser tão ocre para acreditar e agir como sacra. Como se não bastasse, Netuno surge e inunda minhas construções, as destrói com angústia e ira desmedida - pune minha soberba - orientada ao outro. É como se pagasse tributo à Zeus, para não invocar seus raios, mas falhasse com os demais.
Se por algum acaso providenciasse um meio de evitar a devastação desse mar de lágrimas, falharia ainda assim. Por encarnar Prometeu e afrontar Deuses em atos de um altruísmo um tanto besta.

E, como não lembrar de Caronte? Cada um que se vai me faz sentir como o barqueiro... Vão se as pessoas, ficam as moedas... Não vou a lugar algum, fico entre duas margens e um rio - não chego à terceira e, afinal, qual o uso das moedas se fico aqui, remando sem propósito próprio?

Tão fácil de escrever quando preencho cada espaço com uma analogia diferente, uma imagem que representa mas não é "eu" - explica mas não apresenta a mim - somente atua como se fosse...

Temo cada saída como um vendaval - sinto como se arrancassem de mim algo que recém começava a crescer - mas ao mesmo tempo temo, com absoluto terror, as raízes que crio por medo de ficar preso. Eu não quero ficar, mas não ouso sair por receio de replicar em outrém o que me corrompe. Aliás, o que permito que me corrompa.

Ninguém nunca soube quão próximo esteve de mim até que fosse embora. Não souberam também quantas vezes desejei que sumissem de minha vista - antes que fixassem alguma raiz, positiva ou negativa.

"Tentar abraçar o mundo pode quebrar os braços". Eu diria que não tentar deve atrofiá-los.

Oceano - Minha Terça Parte - 3

Certa vez, numa tentativa desesperada de recuperar um amor, descrevi uma situação onde interpretava um Oceano - e nomeei à contraparte o papel da Lua. Sentia-me longe, mas encantado... tentava então - como declarei - mover meus mares, minhas ondas tentavam tocá-la (a Lua) sem aparente sucesso, mas sem que desistisse também. Refletia em mim o brilho dela, e a proximidade dela me empoderava para lançar ondas maiores. Essa conversa, inspirada por sinal, foi frutífera pro que eu planejava na época. Mas vai além:

Nunca fui tão verdadeiro e transparente como nessa comparação.

Penso, sinto e percebo que sempre fui assim - um Oceano maravilhado e energizado por uma lua de prata em noite clara - nos relacionamentos que tive (até amizades, por vezes).

Posso estar em turbilhões nas profundezas do meu entendimento - mas aparento calma.
A distância sempre existe - seja metafórica ou física.
Às vezes parece que só me movimento se me sinto observado - nutrido.
Reflito de cada um o que vejo de melhor - mas também algumas falhas.
O brilho me fascina, me atrai.
Mas esse mesmo brilho é reflexo, não é próprio dela - é um espelho do que realmente nutriria - mas ao mesmo tempo me assusta - meu lugar ao Sol... mas pelo jeito a escuridão(solidão) me angustia.

Mas o pior não é essa distância intransponível, essa busca por algo que a pessoa não pode oferecer, mas sim o fato que só consigo guardar essa imagem em mim enquanto a vejo. Como um espelho límpido, assim que a lua se vai ou o tempo nubla, não mais carrego a representação dela em mim - mesmo que ainda sinta sua influência.

E por mais romântico que tenha sido a analogia na hora, revelou também o quão fugaz era meu desejo de uma noite eterna sem nuvens, de forma precisa: A presença me animava; quando não via, a simples influência me instigava; a luz me iluminava, o brilho estava lá - mas não aquecia. Era escuro, era frio, era tormento.


Mas ainda assim, Oceano.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A busca do Equilíbrio não-Inercial


Acho que é hora de criar um novo hábito. Ao invés de guardar as coisas, até que elas explodam devastando toda a área habitável do meu eu, aos poucos começarei a deixar o rio fluir. Repito: Aos poucos.

Tenho algum receio de deixar todas as comportas abertas da minha barragem... Afinal, e se pára de chover? Da onde vou retirar energia? O que vai mover minhas turbinas se tudo que vier passar direto pro escoadouro?

Não quero também um meio termo, porque toda a escolha feita com base num compromisso eterno é rapidamente substituída pelo encarceramento da livre vontade, é a exaltação da ignorância e a chacina do arbítrio.

Escolhas são feitas a cada segundo – reforçadas ou enfraquecidas. De algum modo, eu levei tempo demais vivendo em absolutos. Das montanhas do Everest às profundezas dos Oceanos em apenas 10 segundos. Resolvia assim, por medo de contradizer princípios internos que não havia construído, ser um eterno passageiro da montanha-russa emocional a qual me submeti.

Sim, ainda assim, sem sintomas aparentes, pois numa analogia com os problemas causados pela variação demasiada da pressão atmosférica – isso me punia severamente por dentro, dilacerando meus órgãos num jogo sádico e viciante.

É, devo desculpas a algumas pessoas as quais me viciei... E também a alguns hábitos que adquiri e à todos os sinais que resolvi ignorar enquanto buscava refúgio em memórias turvas. Afinal, tenho que concordar (em partes) – apenas o que terminou é verdadeiramente seu. Único, eterno, imutável (superficialmente).

Pois, ao delimitarmos um fim (e isso vai de cada um), finalizamos o enredo, rotulamos o gênero da memória e catalogamos de acordo com nossas preferências. Realmente, o passado é o auge do poder pessoal e, por isso, a soberba e a desgraça de uma pessoa.

De que adianta TER uma memória? Se não se construir nada a partir disso, nem que seja um novo caminho, a lembrança nada mais é que um torpor, uma fuga ilusória de si que promete melhores sensações alimentando a nostalgia e o relativismo destrutivo. Afinal: “ontem eu fui feliz, hoje estou só lembrando do que aconteceu”, ou o exato oposto: “como eu era miserável, ingrato, medíocre... mas irei mudar”. E eu pergunto, COMO? Se isso ficou pra trás, o que você está construindo agora? Porquê foge do presente e se ilude com a promessa de um futuro melhor com base num pressentimento, na magia, no conto de fadas?

É por isso que eu digo que preciso de um novo hábito. Talvez seja difícil começar, mas é necessário. Assim como o passado já foi, o futuro pertence ao amanhã. Cada um pode fazer o que bem entender e vislumbrar tanto um quanto o outro, sem esquecer – porém – que pensar em ambos é uma escolha feita no Presente. Penso ter escolhido o Presente. E vou explicar:

Citei antes um pensamento que diz que somente o que termina, portanto passado, nos pertence. Estendendo a proposta, o que não aconteceu não nos pertence, nem pertencerá, pois está por vir.

Se eu conectei o passado à Soberba, poderia muito bem ligar o Futuro à Cobiça.

Incluo também o dualismo “Montanhas - Profundezas do Oceano” como a temática comum a ambas atitudes. Ao eximir-se da responsabilidade pelo próprio resultado, é como se sentir no cume do Everest ao passo em que se submerge na Zona Abissal de algum ponto sem vida do Oceano. Já ao “possuir” uma história passada, é como ser pressionado pelos milhões de metros cúbicos de água de um Oceano e despender todas as energias imaginando como era puro o ar da montanha.

Em ambas as situações nós não somos, não estamos. Não é apenas uma questão de Conjugação verbal. É conjugar no sentido de compartilhar... Porque só se tem o que se divide, só é Presente o que se dá e o que se recebe.

São necessárias constantes variações e reavaliações na busca do Equilíbrio pra Vida, não pela tendência Inercial, mas através de nossas ações e das reações do mundo.

Viver, enfim, é o RECÍPROCO – é o que doamos ao mundo e que precisamos também receber para prosseguir.